Dos tantos rostos, qual deles?

Eu sei que você tá aí, à espera, à espreita.
Um dia frio e uma brisa enregelante que corre minha espinha com as lembranças de um passado, em memória, tão vivo e presente; em tempo, tão morto e longíquo. Ah, essas doces e malditas lembranças que insistem em assombrar-me.
E quanto mais eu sigo em certezas de que é para ser, dois passos retorno em medo, em angústia, na certeza do não. E o não tem sido tão forte.
Por que, simplesmente, então, não largar? Há outros rostos, tantos outros. Aquele sorriso é espelho do meu; aquela boca faz par com a minha; tal alma é amante da minha.
Rastejo, engatinho, ando, acelero, corro. Ganho asas e plano em direção a essas imensidões que são o relacionamento homem-mulher. Tirando o melhor de cada um, percebo, entrentanto, que a aurora seguinte demonstra não ser o ideal.
E aqueles sorrisos, bocas, almas e tudo mais que são meus, e mais, me dizem que há! Há, sim, o semblante ideal que venho insistentemente procurando.
É, inconsciente, porém, o fato de eu saber a quem pertence?
Se sei, se não sei, essa noite mais um rosto vai ao meu lado se postar. E durante todos os momentos, como a única, como a certa, ela será.

"Até amanhã eu vou ficar /e fazer do teu sorriso um abrigo. (...)/Canta para mim, /qualquer coisa assim /sobre você /que explique a minha paz: /tristeza nunca mais." (Casa Pré-Fabricada - Los Hermanos)

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