(O que não é) Soneto do Desapontamento

Eu aponto enquanto tu apontas.
Se me desaponta, a ponta vira o fim.
E disso, chega o não-amor.
Pois se amor é fogo que arde sem se ver,
desapontamento é incêndio, queimada, destruição
no qual só se vê o resultado:
este não deixa fumaça como o outro;
deixa água - lágrima sorvida por entre as expectativas.
Acostume-se a querer menos de quem você quer,
ou então brinque de mal-me-quer
e peça a Deus para o desamor não chegar.
.
Ou não!
Pegue sua tristeza,
recolha os cacos
que, entre casos e acasos,
a gente vive com surpresas e esperanças.
Depois, misture uns ovos,
ouça uns passarinhos,
faça um bolo
faça um pão
faça amor
faça briga
faça loucuras...
E lembre-se: entre tanto desamor,
desapontamento e rancor,
ainda prefiro o fogo que arde sem se ver,
mesmo que seja preciso se arriscar.
.
.
.
"Eu possa me dizer do amor (que tive): /Que não seja imortal, posto que é chama /Mas que seja infinito enquanto dure" (Soneto da Fidelidade - Vinícius de Moraes)

Comentários

Camilla Lima disse…
http://www.youtube.com/watch?v=X-bWdrDxfrs&feature=related

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