Indefinidamente pra sempre

Lembrei-me de quando, naquele momento, naquele rápido instante que durou uma vida inteira, sussurei ao seu ouvido: somos um; eu, teu, tu, minha!
E essa conjugação das pessoas variadas em pronomes me proporcionou uma viagem muito além do que o pensamento sobre a lingua portuguesa poderia. Eu não as havia dito apenas por dizer, num calor do momento. E como estava quente!
Das pontas de meus dedos, ao inanimato do meu último fio de cabelo, este entre os teus dedos, tudo estava em um calor anormal, que me subia e deixava-me tonto. Abafadamente apaixonado, como você me chamou.
Eu não tinha em minha mente que ficaríamos juntos para sempre. Apenas que cresceríamos: juntos, um a um semeando no outro aquilo tão desejado durante esse tempo no qual ainda não havíamos nos encontrado. Hoje, não importa se estamos ou não juntos.
Lembrei-me de quando, abaixo de outros braços, abracei-te e senti a união de duas pessoas, dois corpos, duas almas como nada antes eu podia ter imaginado. Mais uma vez, naquele pequeno enorme momento, beijei teus lábios com uma urgência como se necessitasse disso para continuar a viver.
Você pôs seus braços em volta à minha cintura, como era de costume, recostou a cabeça em meu peito, como era de costume, e falou que me queria com você naquela noite, naquela semana, daquele instante para sempre - isso não era de costume.
Ali, percebi nossa conexão sem fim. De tudo mais, o resto era fenecente diante nossa realidade.
O infinito daqueles momentos só acompanha o infinito das minhas felicidades em reviver essas lembranças cá, lembrando-me de quando tudo isso era presente. Lembrei-me disso, daquilo, de tudo, de você.
E, indefinidamente, no meu pra sempre, será assim.


"You'll always be a part of me/ I'm part of you indefinitely/ girl, don't you know you can't escape me/ oh darling, cause you'll always be my baby" (Always be my baby - David Cook)

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